As alterações laboratoriais mais comuns na esteatose hepática (MAFLD), conhecida como doença gordurosa do fígado, são alterações leves da TGO (transaminase glutâmico-oxalacética), TGP (transaminase glutâmico-pirúvica) e GGT (gama glutamil transferase). Os níveis dessas enzimas não tem correlação com a intensidade de eventual inflamação do fígado (esteatohepatite) e tão pouco alguma correlação com o prognóstico da doença.
Como cerca de 25% dos pacientes com esteatose hepática (MAFLD) possuem diabetes mellitus do tipo II e 70% dislipidemia, alterações laboratoriais em decorrência dessas doenças podem ser encontrados.
Dislipidemia e diabetes integram o quadro clínico da síndrome metabólica, alteração muito relacionada à esteatose hepática.
Os exames laboratoriais, em conjunto com exames de imagem e eventualmente biópsia hepática são passos utilizados na avaliação da esteatose hepática. Fundamental na avaliação do tratamento e prognóstico, a determinação da presença de inflamação no fígado (esteatohepatite) é o objetivo de uma avaliação médica cuidadosa.
A associação de parâmetros laboratoriais com características pessoais (ex, peso corporal, doenças associadas) são utilizados na configuração de escores matemáticos que têm como objetivo tentar prever a presença de fibrose hepática. Lembre-se que a presença de fibrose é o parâmetro de maior importância na determinação do prognóstico da doença, isso é, como ela vai evoluir no futuro.
Exemplos desses escores incluem o APRI, NFS, FIB-4, ELF Test, FibroTest, entre outros. Cada um deles tem particularidades que devem ser analisados em conjunto com outras características de cada paciente.
Médico pela PUCPR (CRM 20009/PR). Residência médica em cirurgia geral pela PUCPR, com área de atuação em cirurgia vídeo-laparoscópica (RQE 192). Título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (RQE 13560). Título de Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (RQE 15509). Atua na área de transplante de fígado, pâncreas e rim. Membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), da Sociedade Internacional de Transplante de Fígado (ILTS) e da Sociedade de Transplantação (TTS).