Como funciona a lista de espera do transplante de fígado.

A lista de espera para o transplante sempre gera dúvidas e ansiedade no paciente e familiares, pois a impressão geral é de um sistema pouco transparente e muitas vezes muito moroso, felizmente isso não é verdade. A lista de espera para transplante de fígado é estadual, de acordo com o tipo sanguíneo e a gravidade do paciente (MELD).

Como é realizado o controle da lista de espera.

A lista de espera para o transplante de fígado é controlada pela Central Estadual de Transplantes, vinculada à secretaria de Saúde do Estado e subordinada ao Sistema Nacional de Transplantes, órgão do Ministério da Saúde.

O Sistema Nacional de Transplantes é a entidade reguladora de toda a atividade transplantadora no país e teve suas atribuições e responsabilidades designados pela portaria 2600, de 21 de outubro de 2009. 

A Central Estadual de Transplantes é que fiscaliza as atividades das instituições que realizam o transplante, que faz a busca ativa dos órgãos de potenciais doadores e que organiza a lista dos pacientes que receberão os órgãos doados.

Dessa maneira, não é o médico ou a equipe de transplante que controla a distribuição dos órgãos e sim um órgão estatal. Aqueles pacientes que necessitam de um transplante são inseridos em um sistema informatizado do Sistema Nacional de Transplantes pela equipe responsável pelo tratamento.

Como é determinada a posição em lista.

Primariamente, a lista de espera é organizada pela compatibilidade sanguínea, de acordo com o tipo de sangue do receptor e do doador, ou seja, uma lista de espera para o tipo de sangue A, B, AB, O.

No transplante de fígado, além da compatibilidade sanguínea, é seguido um critério de gravidade da doença, ou seja, o paciente mais grave transplanta primeiro. Esse critério é baseado em uma fórmula matemática chamada MELD. O nome MELD é baseado no modelo de doença hepática terminal, em inglês chamado Model for End Stage Liver Disease.

O MELD é calculado pelas dosagens no sangue dos seguintes elementos bioquímicos: bilirrubina, creatinina, RNI (tempo de atividade de protrombina – TAP) e sódio. Quanto mais alto for o valor do MELD, de maior gravidade o paciente é considerado.

Esse método de alocação (distribuição) de órgãos é a metodologia atualmente mais usada em todo o mundo.

Dessa maneira, a compatibilidade sanguínea e o MELD (gravidade) são os principais fatores que determinam a posição na lista de espera. Outros fatores também podem influenciar a distribuição do órgão, como compatibilidade anatômica e doenças infecciosas do doador.

Lista de espera do transplante de fígado considera tipo de sangue, gravidade da doença, compatibilidade anatômica e doenças infecciosas.

Como a lista é organizada.

Cada estado da federação possui sua própria lista de espera e o local da realização do transplante é de livre escolha do paciente, não obstante o paciente pode estar listado em um estado somente.

A escolha do estado onde o transplante será realizado geralmente é influenciada pelo local de residência do paciente, ao acesso ao tratamento (nem todos os estados têm o serviço de transplante) e principalmente ao tempo de espera em lista.

Os estados possuem diferentes tempos médios de espera em lista, de acordo com cada tipo sanguíneo.

O valor do MELD deve ser renovado periodicamente, conforme a gravidade da doença. A não atualização deste índice inativa o paciente na lista de espera pelo órgão.

Uma vez listado o paciente poderá acompanhar sua posição na lista através do sítio do Sistema Nacional de Transplantes, refletindo a transparência do sistema.

Pontos-chave:

• A lista de espera para transplante é estadual, controlada pela Central Estadual de Transplantes.

• A lista de espera é gerada de acordo com o tipo sanguíneo e a gravidade do paciente.

• A gravidade do paciente é determinada pelo MELD.

• O sistema é transparente e bem regulado.

Transplante de fígado, e agora?

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