Tratamento da esteatose hepática.

O pilar principal do tratamento da esteatose hepática (MAFLD) é a modificação dos hábitos de vida, o que inclui dieta e atividade física. Essas duas intervenções têm como objetivo a perda de peso sustentada e consequente melhora de diversos parâmetros do nosso metabolismo, como a resistência à insulina, redução do peso corporal, controle da hipertrigliceridemia e hiperlipidemia. O conjunto desses parâmetros chamamos de síndrome metabólica, reconhecidamente associada à esteatose hepática.

Modificações na dieta com redução do peso corporal são capazes de modificar parâmetros laboratoriais e histológicos da doença, com benefícios já evidentes com perdas de até 10% do peso corporal. Atividade física adequada ajuda a melhorar diversos parâmetros envolvidos na doença e apresenta efeito adicional as intervenções dietéticas.

Intervenções na dieta que são recomendadas envolvem o aumento da ingesta de frutas e vegetais, alimentos ricos em fibras, substituição do óleo de cozinha por azeite de oliva e aumentar a ingesta de carne de peixe. Evitar refrigerantes e água saborizada, assim como alimentos processados e do tipo fast-food.

O tipo de dieta a ser seguida é uma questão muito individualizada, não existe “receita-pronta”. Há de se considerar gostos pessoais, alimentos disponíveis no local de moradia e doenças associadas. A melhor dieta deve ser acompanhada por profissional especializado.

Alguns tratamentos farmacológicos como sensibilizadores de insulina (metformina, tiazolidinedionas), vitamina E, ácido ursodesoxicólico, estatinas, orlistate têm seu papel em casos específicos, mas nenhum deles ainda com recomendação de uso geral e sem recomendação de acompanhamento médico. A intervenção farmacológica geralmente é indicada quando o médico identifica a presença de inflamação das células do fígado, a esteatohepatite.

Toxicidade do fígado induzida por chás/drogas é uma entidade clínica de consequências significativas. Atenção ao uso de chás ou medicamentos para emagrecimento.

Dieta com acompanhamento especializado e atividade física bem orientada, mantidas por tempo prolongado são as melhores intervenções, de melhor resultado, no enfrentamento da doença. Atenção deve ser redobrada se confirmado o diagnóstico de esteatohepatite, que impõe acompanhamento e tratamento assíduo e especializado.

Referências bibliográficas.
1)Mariana Verdelho Machado, Anna Mae Diehl – Pathogenesis of Nonalcoholic Fatty Liver Disease,Editor(s): Arun J. Sanyal, Thomas D. Boyer, Keith D. Lindor, Norah A. Terrault,Zakim and Boyer’s Hepatology (Seventh Edition). 2018. Pages 369-390.e14. ISBN 9780323375917. https://doi.org/10.1016/B978-0-323-37591-7.00025-2.
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Dr. Fábio Silveira

Médico pela PUCPR (CRM 20009/PR). Residência médica em cirurgia geral pela PUCPR, com área de atuação em cirurgia vídeo-laparoscópica (RQE 192). Título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (RQE 13560). Título de Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (RQE 15509). Atua na área de transplante de fígado, pâncreas e rim. Membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), da Sociedade Internacional de Transplante de Fígado (ILTS) e da Sociedade de Transplantação (TTS).

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