Câncer de fígado.

O hepatocarcinoma, também conhecido como carcinoma hepatocelular, é o tumor maligno (câncer) de fígado mais comum e suas possibilidades terapêuticas estão muito relacionadas ao estágio de evolução da doença no momento do diagnóstico. A doença possui importante impacto nas causas de mortalidade por câncer, sendo o sexto câncer com maior incidência de óbito entre os homens e o oitavo entre as mulheres. Anualmente aproximadamente 10.000 pessoas falecem da doença no Brasil (2018).

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da doença são a presença do vírus da hepatite (B e C), cirrose, obesidade, diabetes, doença hepática gordurosa associada ao metabolismo (fígado gorduroso), álcool e cigarro.

Para entendermos as particularidades do tratamento do câncer de fígado, precisamos ter  um embasamento dos princípios gerais que norteiam o tratamento do câncer dos órgãos sólidos. De maneira geral o tratamento envolve a ressecção, a retirada cirúrgica do tumor. Em certas situações, na dependência da localização e estadiamento do tumor, terapias medicamentosas podem ser indicadas antes (neoadjuvante) ou após a cirurgia (adjuvante).

Dito isso, de maneira geral, tendo um câncer de fígado devemos procurar ressecá-lo. Eis que temos a primeira característica importante desse câncer, não podemos simplesmente retirar o órgão, ele é necessário para nossa sobrevivência. Por esse motivo que ao planejar a retirada de um pedaço do fígado, devemos saber se o pedaço remanescente será suficiente para a manutenção das necessidades metabólicas mínimas de nosso organismo.

A segunda característica importante é que a maioria dos hepatocarcinomas se desenvolvem em fígado não saudáveis, sejam eles acometidos por processos inflamatórios (vírus, gordura) ou por cirrose. Esse acometimento do órgão resulta numa limitação maior da quantidade possível de ressecção do fígado na eventualidade de uma cirurgia.

A decisão do caminho terapêutico do hepatocarcinoma depende de duas variáveis, do estadiamento do tumor e da função do fígado.

Estadiamento = ato de estimar o tamanho e a disseminação do câncer.

Tanto o estadiamento do tumor quanto a estimativa da função do fígado são realizados pelo conjunto dos exames de imagem (tomografia, ressonância, PETscan, cintilografia) e laboratoriais do paciente. A quantidade e sequência da realização desses exames depende de cada caso, conforme particularidades da doença do paciente.

As linhas gerais do tratamento do hepatocarcinoma estão demonstradas na figura abaixo.

 

Cumpre ressaltar que cada caso deve ser avaliado individualmente, por médico habituado a esse tipo de tratamento. Nuances do tratamento são importantes e muitas vezes são capazes de modificar o prognóstico do paciente.

Aviso legal: como médicos também temos a função social de divulgar a medicina e saúde, aproveite essas informações para cuidar da sua. Entretanto, reforçamos que ela não substitui atendimento médico.

 

Cirrose hepática, e agora?

Preparamos um conteúdo especial para sanar suas dúvidas sobre o tema.

Siga-nos