O processo de adoecimento do fígado.

As causas mais comuns de adoecimento do fígado são a ingestão de bebidas alcoólicas, vírus da hepatite C e a deposição de gordura no fígado (esteatose).

Uma boa quantidade de doenças pode causar dano direto ao fígado, sendo as mais comuns relacionadas à ingestão de bebidas alcoólicas, ao vírus da hepatite C e à deposição de gordura no fígado (esteatose hepática).

Quando o fígado é atingido por algum fator agressor, um processo de inflamação é desencadeado, com o intuito de regenerar o órgão. Caso esse fator agressor se sustente por tempo prolongado, esse processo regenerativo acaba desencadeando um processo de fibrogênese (formação de cicatrizes) e carcinogênese (formação de câncer). O processo de fibrogênese resulta em cirrose, com potencial necessidade de transplante de fígado.

Como a fibrose afeta a função do fígado.

Esse processo de fibrose vai alterando a arquitetura normal das células do fígado, os capilares sinusóides vão progressivamente perdendo sua elasticidade e com isso sua capacidade de se adaptarem ao aumento do fluxo sanguíneo que acontece no órgão após as refeições. Isso acaba resultando em um aumento da pressão nos vasos sanguíneos do sistema porta e o organismo reage a isso tentando achar caminhos para desviar o fluxo de sangue do fígado.

Esse desvio de sangue é o que chamamos de circulação colateral, observada nos exames de imagem, principalmente as varizes de esôfago no exame de endoscopia digestiva alta.

Além da perda de elasticidade dos sinusóides, a fibrose acaba ocupando o espaço dos hepatócitos, diminuindo a quantidade destes.

O conjunto de desvio de sangue do fígado e da diminuição da quantidade de hepatócitos acaba desencadeando as consequências da doença para nosso organismo.

Pontos-chave:

  • A fibrose resulta em perda da elasticidade dos sinusóides, resultando em aumento da pressão do sistema venoso.
  • Esse aumento da pressão do sistema venoso resulta na formação de desvios de sangue, potencialmente perigosos pelo risco de sangramento.
  • O conjunto do desvio de sangue e diminuição do número de hepatócitos é o responsável pela maioria das consequências clínicas da doença.

Transplante de fígado, e agora?

Preparamos uma série de artigos a respeito do transplante de fígado, especialmente planejados para sanar as dúvidas mais comuns a respeito do tema.

Dr. Fábio Silveira

Médico pela PUCPR (CRM 20009/PR). Residência médica em cirurgia geral pela PUCPR, com área de atuação em cirurgia vídeo-laparoscópica (RQE 192). Título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (RQE 13560). Título de Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (RQE 15509). Atua na área de transplante de fígado, pâncreas e rim. Membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), da Sociedade Internacional de Transplante de Fígado (ILTS) e da Sociedade de Transplantação (TTS).

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