A investigação por biópsia do fígado na esteatose hepática permite a avaliação da esteatose (acúmulo de gordura entre os hepatócitos), a presença de esteatohepatite (infiltração do fígado por células inflamatórias) e a presença ou não de fibrose.
A análise conjunta dessas três características no exame anátomo-patológico (esteatose, inflamação, fibrose), nos permite classificar a gravidade da doença e estabelecer o prognóstico.
Precisamos considerar que a biópsia hepática é um exame invasivo, que apesar de seguro, tem riscos. Além disso, tipicamente uma biópsia avalia menos de 1/50000, ou 0,002% do volume total do fígado, ou seja, uma pequena parte. Sabemos também que a doença pode não se comportar de maneira homogênea em todo o órgão.
Para mitigar essa questão, além de uma boa amostra, a peça deve ser analisada por médico patologista habituado à doença e utilizando sistema de avaliação e graduação histológica bem validados, ou seja, deve ser realizada e analisada por pessoal experiente.
Perceba que nem sempre a biópsia deve ser realizada em pacientes que possuem esteatose. De maneira geral o médico solicitará a biópsia se não conseguiu achar as respostas necessárias para o planejamento de seu tratamento através de exames menos invasivos, ou se estiver suspeitando da sobreposição de algum tipo de outra doença no fígado.
Médico pela PUCPR (CRM 20009/PR). Residência médica em cirurgia geral pela PUCPR, com área de atuação em cirurgia vídeo-laparoscópica (RQE 192). Título de Especialista em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões (RQE 13560). Título de Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (RQE 15509). Atua na área de transplante de fígado, pâncreas e rim. Membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), da Sociedade Internacional de Transplante de Fígado (ILTS) e da Sociedade de Transplantação (TTS).